Agrupamento

O Agrupamento de Escolas do Sudeste de Baião, com sede em Santa Marinha do Zêzere, concelho de Baião, integra sete estabelecimentos de educação e ensino: cinco jardins de infância (Barroncal, Igreja, Ladoeiro, Rua e Senhora); uma escola básica com 1.º ciclo e com educação pré-escolar (Escola Básica de Carvalhais, Gestaçô) e a Escola Básica do Sudeste de Baião (escola-sede) com 2.º e 3.º ciclos, anexo à qual, no presente ano letivo, foi inaugurado um centro escolar com educação pré-escolar e 1.º ciclo. Na escola-sede funciona uma unidade de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência.

A população escolar é composta por 646 crianças e alunos (oriundos de 8 freguesias): 100 na educação pré-escolar (sete grupos); 219 no 1.º ciclo (11 turmas); 138 no 2.º ciclo (sete turmas); 155 no 3.º ciclo (oito turmas); 14 no curso vocacional do 2.º ciclo (uma turma) e 18 no curso vocacional do 3.º ciclo (uma turma). 5% dos alunos estão abrangidos pela educação especial. Todos os anos surgem novas  referenciações para avaliação técnico/pedagógica e psicológica devido a dificuldades de aprendizagem, problemas comportamentais e de integração. Graças a um trabalho concertado da equipa do GAAF, da Direção da escola, dos DT, e instituições parceiras, como a CPCJ de Baião e a Segurança Social, os casos de absentismo grave e de abandono são residuais e resultam da falta de acompanhamento adequado por parte dos pais/EE. Merece, ainda, destaque o elevado número de alunos acompanhados pela CPCJ (89, em 2013/2014, o que corresponde a 15,7% dos alunos do Agrupamento). Estas situações relacionam-se com fatores sociais, económicos e familiares, (alcoolismo, violência doméstica, famílias disfuncionais) e comportamentos negligentes no acompanhamento dos filhos/educandos.

De acordo com um relatório da Segurança Social, em2014, mais de 20% dos indivíduos que eram beneficiários de Rendimento Social de Inserção (RSI) em Baião residiam na freguesia de Santa Marinha do Zêzere, sendo que esta representa cerca de 13,5% da população do concelho. Embora não tenhamos dados que nos permitam aferir que se trata de elementos pertencentes aos agregados familiares dos nossos alunos, consideramos que é mais um indicador que nos permite ajudar a compreender o meio socioeconómico em que o Agrupamento está inserido. No presente ano letivo, beneficiam de Ação Social Escolar 73% dos alunos (49% no escalão A e 24% no escalão B). É de realçar, também, que apenas 12,8% dos alunos possuem computador com ligação à internet em casa.

A educação e o ensino são assegurados por 71 docentes, dos quais 87% pertencem aos quadros. A experiência profissional é significativa, pois cerca de 86% lecionam há 10 ou mais anos. O pessoal não docente é composto por 59 elementos, dos quais 81,4% têm 10 ou mais anos de serviço.

Relativamente à escolaridade dos pais/encarregados de educação, verifica-se que maioria tem uma baixa escolaridade: 33% conclui o 4º ano; cerca de 20% concluiu o 6º ano, 24% possui o 9º ano e apenas cerca de 11% concluiu o ensino secundário; são detentores de uma licenciatura 2,6%, 0,1% possui um bacharelato e 0,1% tem mestrado.

Se considerarmos apenas as mães, verificamos que 29,5% concluíram apenas o 4º ano de escolaridade, 23% o sexto ano, 19% o nono ano e apenas 8,9% o 12º ano. A percentagem de mães com formação superior é muito baixa (2,5%). Contudo, o número de pais/EE que não concluiu a escolaridade obrigatória é residual (0,3%). Para isto contribuiu, também, a oferta, por parte do Agrupamento, num passado recente, de cursos de alfabetização de adultos (para conclusão do 1º ciclo) e cursos EFA (B2 e B3).

Quanto à ocupação profissional, apenas 4% dos pais dos alunos exercem atividades profissionais de nível superior e intermédio.

As expectativas dos EE face aos seus educandos são baixas, repercutindo-se no parco acompanhamento do percurso dos filhos e no fraco desempenho escolar dos mesmos, na sua baixa autoestima e reduzidas expectativas face ao futuro.

Em 2012/2013, ano mais recente para o qual existem referentes nacionais de contexto calculados, os valores das variáveis de contexto, quando comparado com outros agrupamentos/escolas públicos do país, colocam o AESB entre os mais desfavorecidos. Na avaliação interna, quando comparamos as taxas de sucesso global, por ciclos nos últimos 3 anos, verifica-se que o primeiro ciclo, embora com alguma oscilação, tem registado uma taxa de sucesso acima dos 90%; no 2º e 3º ciclo, essa taxa foi sempre superior a 80%, sendo, contudo, em todos os anos letivos mais elevada no terceiro ciclo. Em termos globais, verificou-se uma evolução positiva das taxas de sucesso.

O estudo comparativo dos resultados da avaliação externa nas disciplinas de português e matemática, nos 4º, 6º e 9º anos, nos últimos 3 anos, permite-nos reconhecer que, apesar das atividades complementares desenvolvidas, têm ficado aquém das médias nacionais e dos resultados verificados em escolas do mesmo cluster. No 4º ano, verificou-se, em 2013/2014, uma subida da percentagem de níveis positivos em ambas as disciplinas (de 41% para 58%, em português e de 36% para 43%, em matemática). No 6º ano, a taxa de sucesso obtida pelos alunos do Agrupamento esteve sempre bastante abaixo da média nacional, tendo-se registado uma descida de 2011/2012 para 2012/2013, de 59% para 28% em português e de 42% para 21% em matemática. No último ano letivo verificou-se uma melhoria das taxas de sucesso em português (52,8%), mas em matemática registou-se o valor mais baixo dos últimos 3 anos (18,9%). No 9º ano a tendência tem sido de subida, em português, de 28%,em 2011/2012, para 67%, em 2013/2014. Em matemática, os resultados baixaram em 2012/2013 (33%), quando comparados com os de 2011/2012 (47%). No ano letivo transato, a taxa de sucesso foi de 39%. Subiu relativamente ao ano anterior, ficando, contudo, bastante distante da média nacional (52,45%).

Comparando os resultados da avaliação interna com os da avaliação externa, constata-se uma discrepância assinalável, nos três ciclos, com exceção de português no nono ano, no último ano letivo, em que a distância relativamente à média nacional foi apenas de -1,69%. Considerando o número de alunos com classificação positiva a todas as disciplinas um indicador da qualidade do sucesso, constatamos que é bastante satisfatória no 1º ciclo (89%), mas não no 2º ciclo (40%), e no 3º ciclo (46%).